• A romântica HeidelbergEu sei que estou fazendo tudo errado começando por uma cidade alemã, mas não resisti. Primeiramente, porque está fresquinho dentro de mim. E depois, porque as cidades alemãs próximas da fronteira com a França fazem parte da vida alsaciana. Aqui, vamos às cidades fronteiriças da Suiça ou da Alemanha como um carioca vai do centro do Rio à Ipanema. Vamos para passear, é claro, mas também para os banhos termais muito presentes e frequentadas pelos alemães (e cujos preços são totalmente acessíveis aos comuns dos mortais) ou para comprarmos produtos que são, por lá, muito mais baratos.
     

    Os alsacianos, desmentindo preconceitos não muito vantajosos que possuem deles os "franceses do interior", não são tão fechados em si como dizem, mas voltados para seus vizinhos germânicos, com os quais compartilham valores e efetuam trocas comerciais, culturais, tecnológicas ou projetos políticos. Enquanto alhures no mundo constroem-se muros para separar, dividir, isolar, a cidade de Estrasburgo, na França, e Kehl, na Alemanha, constriuiram uma ponte sobre o Reno, inaugurada mês passado, para uma circulação mais fluida e rápida dos habitantes de ambas as cidades. 

    Heidelberg é, então, uma cidade alemã, que fica à uma hora de carro de Estrasburgo e duas horas de Mulhouse. Não conheço muitas cidades alemãs, mas essa é a mais bonita que já visitei até hoje. Situada às bordas do rio Neckar, a visita à parte antiga da cidade pode começar atravessando-se a belíssima ponte antiga, construída no fim do século XIX, emoldurada por duas torres medievais construidas durante o período de fortificação. Uma delas abriga três celas de prisão.  

    Chegando no outro lado, o ideal é flâner, verbo francês que significa perambular livre e tranquilamente, pelas ruas da cidade antiga que apresenta uma grande variedade de restaurantes alemães, suiços, italianos, árabes, cafés e sorveterias, e até uma loja da Lindt para os amantes de chocolate suiço. O clima romântico dessa cidade se deve em parte à presença da mais antiga universidade alemã, criada em 1386, que teve em seus bancos grandes nomes da filosofia mundial, como Max Weber, Hannah Arendt, o antropólogo Franz Boas, o antigo chanceler Helmut Kohl, entre muitos outros.

    O passeio culmina na visita do imenso castelo construído há mais de 700 anos e que domina a cidade. Parcialmente destruído, ele oferece contudo a perspectiva de uma lindíssima vista aérea da cidade e uma agradável caminhada nos seus jardins. As visitas internas no que restou do castelo são feitas somente com guia, de hora em hora, em inglês ou em alemão.

    Apesar de eu não ser uma grande fã da culinária alemã, não deixe a cidade sem provar o bolo Sacher, especialidade austríaca, mais precisamente da cidade de Viena, mas que Heidelberg adotou. O do restaurante Hackteufel, na rua principal da parte antiga, é uma delícia. Esse restaurante também vale a visita pela sua decoração típica e aconchegante. 

    Obs.: Peço desculpas pela qualidade das fotos, mas a meteorologia não foi bacana com a gente.

           A romântica Heidelberg           A romântica Heidelberg           A romântica Heidelberg         A romântica Heidelberg

     


    votre commentaire